CNA: Agronegócio quer mais alternativas para escoar para o exterior
Nos portos do Sul e Sudeste, faltam contêineres. No arco norte - estados do AM, PA e MA - precaridades em rodovias e ferrovias geram atrasos
O presidente da Comissão Nacional de Infraestrutura e Logística e vice-presidente diretor da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Mário Borba, defendeu mais alternativas para a logística na exportação de produtos agropecuários brasileiros, como os portos do Norte e Nordeste. Segundo seu relato, faltam contêineres para desafogar a movimentação no Sul e Sudeste do país, sobretudo em Santos (SP) e Paranaguá (PR).
“Precisamos de uma solução imediata para não perder as exportações. Produtores de algodão, madeira e outros setores estão sendo prejudicados pela falta de contêineres”, disse Borba. Uma das consequências é que as cargas chegam com atraso aos países de destino. No arco norte - portos do Amazonas, Pará e Maranhão - as dificuldades em estradas, como as áreas sem pavimento da BR 163, e o atraso em ferrovias geram empecilhos
Segundo o vice-presidente da Associação Brasileira de Produtores de Algodão (ABRAPA) e presidente da Câmara Temática de Insumos, Júlio Cezar Busato, 90% da fibra exportada sai do país por Santos. Mas a sobrecarga no porto paulista e a consequente falta de contêineres têm atrasado os embarques da fibra, o que reforça a necessidade de utilização de outros terminais portuários.
De acordo com Mário Borba, 52% da produção brasileira de soja e milho estão acima do paralelo 16, que engloba parte do Centro-Oeste e as regiões Norte e Nordeste. No entanto, apenas 23% das exportações são feitas pelos portos dessas regiões.
Para alavancar as vendas externas por estas vias, ele ressaltou que são necessárias algumas medidas como a conclusão de trechos da BR-163, implantação da Ferrogrão - via fêrrea entre os estados do MT e do PA, em projeto - e da ampliação da capacidade operacional portuária.
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