OPINIÃO: Momento de manter conquistas

Ricardo Alban*

Um certo país tinha um governo cuja ambição era tornar-se sócio dos empreendimentos privados. Ele já arrecadava o equivalente a 36% de tudo o que as empresas produziam. E desejava mais. Para justificar seu grande apetite, afirmava ter o compromisso constitucional de proporcionar à sociedade serviços em saúde, educação, saneamento básico e infraestrutura. Mas os serviços que prestava eram de má qualidade. O governo gastava mais do que arrecadava, gastava mal e, para piorar, arcava com um déficit previdenciário que, a cada ano, sugava uma quantidade maior de seus recursos.

Mergulhado em uma crise há mais de três anos, sua economia ia mal e o desemprego alcançava níveis assustadores. O país necessitava, com urgência, de reformas estruturais – tributária, política, trabalhista e previdenciária – que melhorassem a qualidade do Estado e dos serviços que prestava, que ajudassem a desanuviar o ambiente de negócios e estimulasse a competitividade.
Após algumas conquistas obtidas a duras penas nos últimos meses, no Congresso, nas áreas trabalhista e previdenciária, quando tudo parecia se encaminhar rumo à adoção de importantes mudanças, eis que o país volta a mergulhar em um cenário de temores e incertezas.

Esse país, chamado Brasil, vive um momento preocupante de sua história, com constantes turbulências de natureza política que, se não enfrentadas com serenidade e espírito público, podem fazer com que retroceda sob o aspecto institucional, criando um ambiente de desalento com relação ao futuro.

Neste final de maio, quando a FIEB comemora o Dia da Indústria, torcemos para que o ambiente político volte a ser favorável ao avanço das reformas estruturais. As más notícias que se sucedem não podem anular os avanços duramente conquistados, que já começam a dar os primeiros sinais de melhora na atividade econômica, como é o caso do aumento de novos empregos formais registrado pelo Ministério do Trabalho e Emprego/Caged.

As reformas tributária, trabalhista e previdenciária são essenciais para recolocar o país no rumo certo. Elas servirão como alicerce para tornar consistente a criação de novos postos de trabalho, capazes de diminuir o exército de mais de 13 milhões de brasileiros que sofrem o drama do desemprego. No médio prazo, só as reformas irão permitir o desenvolvimento sustentado, preparando o país para futuras crises.

O Brasil já enfrentou e superou outros momentos difíceis, com criatividade e persistência.
 A indústria baiana confia que a sociedade, a partir da força e da maturidade de suas instituições, encontrará soluções para superar as adversidades do momento. É hora de demonstrar confiança no mercado, de manter as conquistas alcançadas e de avançar nas reformas necessárias. Só assim, as atuais gerações poderão construir um futuro confiável para seus filhos e netos.


*Ricardo Alban é presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia. Fonte: www.fieb.org.br

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