MACROECONOMIA: Exportação e reservas seguram queda do risco país, dizem especialistas


No indicador criado pelo banco JP Morgan, o Brasil tem 244 pontos, o que equivale ao pagamento de juros 2,44 pontos acima do cobrado de papeis dos EUA, tidos como os mais seguros

Mesmo com os rebaixamentos na nota de rating brasileira, o risco país continua em níveis  próximos aos de quando o país ainda tinha grau de investimento (garantia de que não corre risco de dar calote na dívida pública). Segundo especialistas ouvidos pela Agência Braisl, as elevadas reservas internacionais e o bom desempenho das exportações têm ajudado a manter o índice em níveis baixos. Atualmente, as agências S&P e Fitch classificam o Brasil três níveis abaixo do grau de investimento.

 O risco país foi criado pelo banco de investimentos JPMorgan, em 1992. No caso brasileiro, encerrou 2017 em 240 pontos. Na última quarta-feira (18), segundo dados mais recentes, estava em 244 pontos. Pelo indicador, os títulos públicos brasileiros em circulação no exterior tinham juros 2,44 pontos percentuais maiores que os papéis equivalentes do Tesouro norte-americano, considerado o investimento mais seguro do mundo.O nível é semelhante ao registrado no fim de 2014, quando o Brasil ainda tinha grau de investimento.

Para o economista-chefe da Sulamérica Investimentos, Newton Rosa, as dificuldades fiscais do governo, que não consegue aprovar a reforma da Previdência e viu as medidas provisórias de ajuste fiscal editadas no fim do ano passado perder a validade, são atenuadas pela situação do país no mercado internacional.

As reservas internacionais de US$ 383 bilhões mais do que cobrem a dívida externa do governo e das empresas, atualmente em US$ 316,2 bilhões, contribuindo para manter o risco país em níveis baixos. “Mesmo com a difícil situação fiscal, o Brasil tem um setor externo robusto. Se o capital externo quiser sair do país, existem dólares para pagar todo mundo”, resume o economista.

Professor de Economia e Finanças Internacionais da Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ebape), Istvan Kasznar concorda com a solidez das contas externas brasileiras. Segundo ele, o diagnóstico das agências de classificação de risco nem sempre consegue ser suficiente porque o banqueiro que quer comprar títulos da dívida brasileira no exterior não leva em consideração somente a situação fiscal.

“De fato, o Brasil não cresce, patina. O déficit primário está em torno de R$ 140 bilhões, e o governo enfrenta dificuldades políticas. Por outro lado, a inflação está baixíssima, e o país exporta muito petróleo, soja e milho. O painel de formação de reservas internacionais é muito bom. Quando se combina um elemento com o outro, chega-se à conclusão de que o Brasil é mais resiliente para a ótica externa do que pareceria”, explicou.


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