CONCESSÕES: Pacote deste ano começa a sair do papel esta semana

Quatro aeroportos serão leiloados, entre eles o de Salvador. Depois de anunciar 34 projetos em 2016 e 55 este ano, governo federal efetivou três negociações
Adriano Villela

A capacidade de o governo federal implementar as concessões anunciadas poderão ser melhor avaliadas a partir desta quinta-feira (16), quando serão colocados à venda quatro aeroportos, entre eles o de Salvador. O governo Temer já anunciou 89 projetos de infraestrutura a serem repassados para a iniciativa privada - entre transações novas e relicitações. Foram concretizadas a venda da hidrelétrica Celg e duas áreas portuárias.

No dia 16 também serão ofertados os terminais Pinto Martins (Fortaleza-CE), Salgado Filho (Porto Alegre-RS) e Hercílio Luz (Florianópolis). O governo espera arrecadar R$ 3 bilhões e viabilizar um investimento de R$ 6 bilhões. No Luís Eduardo Magalhães, em Salvador, há a previsão de construção de uma segunda pista, mas para este item há um entrave ambiental: o traçado ocuparia uma parte do Parque das Dunas.

Particularmente, vejo as concessões como uma boa alternativa. Não a única ou tábua de salvação da economia brasileira, mas um passo importante. Para tanto, é preciso superar duas barreiras. A primeira é conjuntural. Será que existem investidores interessados em tantos projetos em uma época que o investidor está com pé atrás.

Esta pergunta eu começo a responder quinta-feira. Na sequência, o governo pretende vender áreas portuárias no Pará e no Rio de Janeiro e um conjunto de 35 linhas de transmissão. Neste semestre, já se poderá avaliar a resposta do mercado às concessões.

A segunda barreira é mais complexa. O Brasil precisa diminuir o volume de insucesso nos projetos de infraestrutura, como ocorreu com a Transnordestina - que dez anos depois sequer pode inaugurar um trecho - ou mesmo a baiana Fiol, que ao menos tem uma possibilidade de ser destravada em parceria com os chineses. A parceria com a iniciativa privada - principal cliente da maior parte destas obras - é positiva, desde que a obra seja concluída e tenha qualidade.