CASO DA CARNE: Com trabalho eficaz, setor pode recuperar imagem de forma rápida


Adriano Villela
Case da superação das baianas de acarajé mostra que, com revisão rigorosa de processos, exportadores baianos não tem motivos para ter receio.

Caso fosse consultado por algum pecuarista e exportador brasileiro, responderia sem pensar duas vezes. Não há motivos para recear o impacto da operação Carne Fraca, que identificou - dentre outras irregularidades - produtos com carne estragada, substâncias químicas inapropriadas e até papelão. A reação do governo e das empresas foi saída. Há ainda outros motivos para se conter o pessimismo.

Em primeiro lugar, tem razão o Ministério da Agricultura quando alega que 33 fiscais de um universo de 4 mil se configura casos isolados, e não uma irregularidade generalizada. Podemos falar em lotes com problemas. Se houvesse a contaminação como regra, muitos consumidores.

No início, os importadores de outros países devem colocar resistência. O debate em torno da qualidade do produto tem sido uma ferramenta na disputa por mercado entre os países. É improvável que isso não seja usado agora, mas o caminho para a recuperação é conhecido. O próprio segmento já superou episódios com a febre aftosa.

A situação me lembra o case das baianas de acarajé. Em 2001, uma reportagem do programa Fantástico/Rede Globo denunciou a presença de indíces proibitivos de coliformes fecais no famoso bolinho. No começo, os tabuleiros sentiram a pancada, mas deram 10 a 0 na volta por cima. A Abam, associação do segmento, e o poder publico promoveram cursos de capacitação e certificações. Com medidas concretas atestando a qualidade no preparo do quitute, as baianas partiram para a divulgação em massa das garantias de qualidade. Hoje, basta ver a trajetória das baianas nos últimos 15 anos para ver que elas vão bem.

A saída para essa crise no processamento de carne é até conhecida pelos seus players. Mas não é automática. É essencial a implementação de ações que ampliem a confiabilidade do produto brasileiro. Feito isso, uma boa campanha de comunicação sobre os resultados deste trabalho resolve.

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