CENÁRIO FISCAL: Enquanto houver déficit crescimento será improvável


Quase todo o buraco de R$ 58 bilhões anunciado agora é reflexo da frustração de receitas. Arrumada a casa do Tesouro, o investimento volta, levando o governo a arrecadação maior

Adriano Villela

Desde o final de 2014, a economia Brasileira viveu diversas cotações do dólar de R$ 2,6 a R$ 4; os juros chegaram a 14,25%, mas podem fechar o ano em um dígito. Já a inflação, depois de bater em 10,6%, caminha para fechar este ano abaixo da meta de 4,5%. Apenas dois fatores permanecem inalterados: o déficit fiscal e a recessão.

O Brasil só resolverá um problema (a falta de crescimento) quando equacionar a contas públicas. Por uma questão simples: quando o governo não consegue ao menos empatar despesas e receitas, a sensação do mercado é de que vem aumento de impostos por ai. Ou redução de investimentos - e frustração  de receitas nas empresas. Ou ambos.

É exatamente isso que está acontecendo agora. Para piorar, em 2014, o ciclo começou com um déficit de R$ 30 bilhões, dando fôlego à série de 11 trimestres de recessão (até aqui. Em 2016, o rombo saltou para R$ 154 bilhões. A meta de déficit de R$ 139,5 bi deste ano já era preocupante. É uma melhoria, mas continua sendo derrota. 

A revelação agora de um rombo de R$ 58 bi em cima de uma estima que já era negativa em quase R$ 140 bilhões demonstra um descontrole ainda bastante ativo.  A própria PEC do Teto dos Gastos - alvo de alguma polêmica - dava a entender de que o governo trilhava a rota de arrumar a casa.

O Brasil trabalha sua economia reiterando erros sobre dogmas. O primeiro derrubado foi de que inflação maior exige juros mais altos - no momento, os dois estão em queda. O outro é de que mais gasto representa expansão do PIB. O caso atual é o inverso. Menos despesas elevará a atividade econômica.

Isto porquê os investidores estão tímidos por falta de segurança no cenário, e não por indisponibilidade de crédito. Acreditam que só eles pagam o ônus da crise. Quase todo o buraco de R$ 58 bilhões anunciado agora é reflexo da frustração de receitas. Arrumada a casa do Tesouro, o investimento volta, levando o governo a arrecadação maior.

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