SELIC: Mercado reage à redução de 0,75 p.p. nos juros


Decisão do Copom de reduzir a Selic era projetada pelos analistas, mas percentual mais alto do que a média surpreendeu
Adriano Villela

O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, surpreendeu ao cortar em 0,75 pontos percentuais da Taxa Selic, anunciada nesta quarta-feira. Para a Fecomércio-SP, a decisão - em que pese a intensidade incomun -foi acertada. Em 2016, o BC baixou os juros duas vezes (0,25 p.p. em cada).  " A FecomercioSP acredita que o movimento de corte de juros poderia ter começado um pouco antes, e pondera que ao menos se acelerou um pouco neste início de ciclo, diante de uma situação recessiva sem precedentes no País", afirmou a entidade, em nota.

A Federação acredita que com o fim da transitoriedade da autoridade do Banco Central, aprovação das primeiras propostas de ajuste fiscal e com a inflação efetivamente em queda, as autoridades econômicas terão um horizonte ainda mais claro para adotarem medidas que reduzirão os juros mais profundamente, sem comprometer o controle inflacionário nas próximas reuniões. Para a Fecomércio SP, a próxima reunião, em fevereiro, deve manter este ritmo de redução dos juros básicos, afora fixados em 13%.

Segundo a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro, desde o início da queda dos juros em 2016, a inflação permaneceu também em trajetória descendente. “Reduzir o custo do crédito é fator-chave para a retomada do ânimo dos agentes econômicos e a necessária recuperação do consumo e do investimento”, completou a entidade fluminense, em nota.

CONSUMIDOR

O Banco do Brasil anunciou hoje (11) a redução de taxas de juros em várias linhas de crédito para pessoas físicas e jurídicas. As reduções ocorreram na maior parte das linhas. Em cinco delas, o ajuste foi maior do que o impacto da redução da Selic, de acordo com a estratégia comercial do banco.
A maior redução, de 4 pontos percentuais, será no rotativo do cartão de crédito, já antecipando parte dos efeitos das medidas que serão implementadas em abril. No cheque especial, a redução foi de 0,09 ponto percentual ao mês.

O educador financeiro Reinaldo Domingos destaca que a nova rota deve  ajudar o consumidor, com juros e preços menores. Mas é ruim para quem tem aplicações. "Essa redução deve refletir na queda dos juros nas tomadas de empréstimos e parcelamentos também. Ou seja, com essa decisão ocorre um claro sinal de que se busca motivar a população a voltar às comprar".  No caso da Caderneta da Poupança, não haverá mudanças em seus rendimentos, pois, se a Selic for maior ou igual a 8,50% ao ano, a poupança paga sempre 0,50% ao mês mais Taxa Referencial (TR), frisa Domingos.

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