OPINIÂO:Manifestações só não perderam foco porque nunca o tiveram

participei do centro acadêmico da Faculdade de Comunicação da Ufba, DCE, mobilização pela rádio comunitária da universidade, campanha para a democratização da comunicação e tudo o que tivesse direito. E este tudo foram as manifestações que influenciaram/acompanharam a queda do ex-presidente Fernando Collor

Por Adriano Villela

Tive pouca militância na vida. Basicamente, só no primeiro ano da faculdade. Ainda sem estágio, participei do centro acadêmico da Faculdade de Comunicação da Ufba, DCE, mobilização pela rádio comunitária da universidade, campanha para a democratização da comunicação e tudo o que tivesse direito. E este tudo foram as manifestações que influenciaram/acompanharam a queda do ex-presidente Fernando Collor. De impeachment, pelo menos isso, eu entendo.

As manifestações atuais têm um erro de Direito e outra técnica. Na parte jurídica, elas tentam se desviar do fato que agora, ao contrário de 1992, não há tramitando qualquer investigação ou processo pela presidente Dilma Rousseff. Defender uma sentença de um julgamento inexistente beira o golpismo, a meu ver. Não o impeachment, como defendem alguns governistas defendem, mas a procura por criar um ambiente favorável a este sem um lastro jurídico que o justifique.

O erro técnico tira de vez o foco das passeatas, que de forma totalmente esperada já contam com menos participantes. Previsível. Qualquer manifestação de rua - até num jogo de futebol - mobiliza pessoas em torno de um ideal, uma causa que espera-se um dia venha a acontecer. Como não há o contexto jurídico que possa levar ao impeachment, as manifestações atuais caminham para uma derrota inexorável. Lembra-me muito o Não vai ter Copa, que se desidratou conceitualmente e na prática com o simples início do torneio.

Não estou aqui para defender ou atacar o governo. Como jornalista, vejo-me no direito/obrigação de não me fixar em um lado ideológico. Melhor tentar dialogar com todos. Até porque o governo enfrenta problemas, de gestão, de sustentação política e para por ordem na casa. Mas as atuais passeatas, não tenho dúvida, são ineficazes para apontarem uma solução.

Talvez outras bandeiras possam aglutinar mais o antipetismo, a esquerda frustrada com Joaquim Levy e o PMDB ou os adeptos da terceira via. Quais? Cabem às suas lideranças identificá-los. Não sei fazer atos públicos, apenas os avalio criticamente buscando entender suas lógicas e que desdobramentos podem gerar.

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