ECONOMIA 2015: Portos, Educação e a realidade baiana



Querem apenas agilidade na legislação e no leilão de áreas para que o setor privado aporte o investimento necessário. Vejo clarammente que tal participação privada só traria benefícios. Portos são locais essencialmente de transação de mercadorias, de interesse mais privado.

Adriano Villela

Li na entrevista do novo governador baiano, Rui Costa, à edição de domingo de A Tarde a proposta de reduzir obras de infraestrutura para ampliar investimentos à saúde. A posse da presidente Dilma Rousseff, em segundo mandato, e dos 27 governadores dão conta de que 2015 realmente será um ano de aperto financeiro. Isso independentemente de partido, se o gestor for reeleito, indicado pelo governante anterior ou saído da antiga oposição. O momento econômico delicado, contudo, não impede soluções simples e criativas. Ao contrário, as exige.
Uma medida que pode gerar avanço na Bahia é a questão portuária. Desde 2009, ouço e leio usuários de portos - leia-se, os donos de mercadorias importadas ou exportadas- reclamendo da deficiência dos terminais baianos. O dado de que grandes escoadas por Santa Catarina é estarrecedor. Em poucas palavras, o frete em estradas e caminhões de qualidade por vezes precária é menor do que a diferença de competitividade portuária catarinense, no comparativo a Bahia. Algumas melhorias foram feitas em Salvador, Aratu e Malhado (Ilhéus), mas há muito a ser feito.
Sem dúvida, setores sociais como Saúde, Educação, combate a fome, Segurança e  geração de empregos são prioritários. O que mais me assusta é que donos de cargas não pregam maior investimento público. Querem apenas agilidade na legislação e no leilão de áreas para que o setor privado aporte o investimento necessário.
Vejo claramente que tal participação privada só traria benefícios. Portos são locais essencialmente de transação de mercadorias, de interesse mais privado. Nada obsta a aceleração dessa parceria, que manteria intactos os recursos para a Saúde e ou demais áreas sociais.

Formação profissional

Outro ponto constantemente apontado pelos empresários é a qualidade da mão-de-obra brasileira, de baixa produtividade devido à formação educacional. Neste campo, falta uma presença maior do contratante interessado, e por omissão dele mesmo. Industria, Agronegócio e Comércio dificilmente vai investir na Educação Básica, mas poderia participar mais da Educação Profissional.
Chamou minha atenção a presença basicamente pública na qualificação dos serviços para a última Copa do Mundo, que durante sua disputa apresentou uma boa performance brasileira. A conta é simples: se as empresas têm dificuldade para crescer por falta de mão-de-obra, porque não investir na solução do problema. O retorno, neste cenário, seria certo.
A Bahia tem no Senai-Cimatec um bom exemplo de investimento na qualificação do trabalhador. Criado para reforçar a formação da mão-de-obra para a Ford, investe até em projetos de robótica. Em tempos de dinheiro mais curto, com consequente baixo investimento em expansão das plantas industriais, mais projetos de qualificação projetam uma realidade melhor quando a Economia reaquecer. 

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